
A abordagem de nódulos e massas pulmonares está entre os assuntos mais discutidos em congressos de sociedades torácicas no mundo. Este tipo de achado costuma ocorrer durante exames de tomografia e exige uma abordagem própria, com acompanhamento médico.
Nos casos em que o resultado do exame aponta múltiplos nódulos sólidos com mais de 6 mm, a orientação é realizar a tomografia de controle dentro de três a seis meses. Já para nódulos semissólidos, quando estes têm mais de 6 mm, o acompanhamento com tomografia pode ocorrer em 6 a 12 meses.
Em geral, quando um nódulo pulmonar é encontrado, a indicação é acompanhar o quadro por dois a cinco anos de estabilidade.
Esse rastreio, com tomografia de baixa resolução, é uma recomendação importante, especialmente para pacientes com idades entre 50 e 80 anos com histórico de tabagismo.
Manter o acompanhamento médico depois de encontrar um nódulo pulmonar é uma atitude preventiva, que ajuda a salvar vidas. Isso porque, atualmente, o câncer de pulmão aparece entre os tipos mais comuns da doença em homens e mulheres, com mais de 2 milhões de novos casos no mundo todos os anos.
Felizmente, as pesquisas e os tratamentos para o câncer de pulmão estão avançando. Contudo, o diagnóstico precoce segue sendo um obstáculo, já que a doença é silenciosa e praticamente sem sintomas iniciais.
Uma boa notícia é que, no início de 2025, um estudo publicado na revista científica Translational Lung Cancer Research apresentou uma descoberta que pode contribuir para a detecção precoce do câncer de pulmão: um gene que pode estar envolvido no surgimento, na progressão e no prognóstico do adenocarcinoma pulmonar.
Esse achado utilizou dados de expressão gênica e informações de pacientes para entender os mecanismos de ação do gene GNGT1 e como ele atua para remodelar o ambiente tumoral e acelerar a progressão do câncer.
Graças a esse novo biomarcador, os médicos podem ser capazes de detectar o câncer de pulmão precocemente, o que aumenta as chances de cura. No entanto, precisamos realizar um trabalho permanente de conscientização e educação da população, para que todos busquem um acompanhamento médico preventivo ao longo da vida.
O que significa um nódulo pulmonar no exame?
Receber o resultado de um exame de imagem e encontrar a expressão “nódulo pulmonar” costuma gerar preocupação imediata. Afinal, o pulmão é um órgão vital, e a ideia de um “nódulo” pode remeter ao câncer.
No entanto, é importante compreender que a maioria dos nódulos encontrados em exames não representa uma doença grave.
O nódulo pulmonar é definido como uma imagem arredondada ou oval, bem delimitada, localizada dentro do pulmão, com até 3 centímetros de diâmetro. Quando a lesão tem mais de 3 cm, passa a ser chamada de “massa pulmonar”, o que requer uma avaliação ainda mais cuidadosa.
Esses nódulos são geralmente encontrados em exames de imagem do tórax, como na tomografia computadorizada (TC).
Muitas vezes, estes exames são solicitados por outros motivos, como, por exemplo, para a investigação de tosse persistente, acompanhamento de uma gripe prolongada e até check-ups de rotina.
Os nódulos podem ter várias origens, desde causas benignas e comuns até doenças que exigem tratamento mais específico.
Veja abaixo os principais tipos de nódulos:
- Infecções antigas (nódulo cicatricial): após uma pneumonia ou tuberculose, podem permanecer pequenas cicatrizes no pulmão, que aparecem como nódulos no exame.
- Infecções ativas: alguns tipos de fungos ou bactérias podem formar nódulos inflamatórios.
- Malformações benignas: alterações vasculares ou congênitas podem dar origem a imagens nodulares.
- Neoplasias (câncer): neoplasias primárias do pulmão e metástases de outros órgãos podem gerar nódulos.
Mais uma vez, vale dizer que a maioria dos nódulos pulmonares é benigna, especialmente em pessoas jovens, não fumantes e sem histórico de câncer.
Como o médico avalia um nódulo pulmonar?
Ao encontrar um nódulo em um exame, o médico segue um processo sistemático para avaliar o risco de malignidade. Essa avaliação considera o tamanho do nódulo, o formato e as bordas.
Por exemplo, nódulos menores que 6 mm têm baixo risco de serem câncer. Bordas lisas e regulares geralmente sugerem benignidade, enquanto bordas irregulares ou espiculadas podem levantar suspeita de malignidade.
O especialista também deve ficar atento à composição do nódulo. Nódulos sólidos ou calcificados são mais frequentemente benignos e nódulos de vidro fosco (mais esbranquiçados e menos densos) podem necessitar de acompanhamento mais próximo.
Em todas as situações, o médico também avalia o histórico do paciente, levando em consideração a idade, o tabagismo, a exposição ocupacional e o histórico familiar de câncer.
Quais exames podem ser necessários?
Dependendo das características do nódulo e do perfil do paciente, o médico pode recomendar a realização de uma tomografia computadorizada de alta resolução, que fornece mais detalhes sobre o tamanho, formato e densidade do nódulo; além de exames de acompanhamento seriado, com repetição da tomografia em intervalos definidos de 3, 6 ou 12 meses.
O objetivo é avaliar se o nódulo cresce com o passar do tempo. Em casos suspeitos, o especialista pode indicar a realização de uma biópsia pulmonar, realizada por broncoscopia, punção guiada por imagem ou cirurgia.
Nem sempre é necessário fazer todos esses exames. Muitas vezes, apenas o acompanhamento periódico já é suficiente para esclarecer a natureza do nódulo.
Quando há motivo para preocupação?
Embora a maioria dos nódulos seja benigna, alguns fatores aumentam a chance de malignidade e merecem atenção. Os principais fatores de risco são:
· Idade acima de 40 anos;
· Histórico de tabagismo (atual ou passado);
· Nódulo maior que 8 mm;
· Bordas irregulares ou aspecto suspeito na tomografia;
· Crescimento progressivo do nódulo em exames seriados.
Nesses casos, o médico pode indicar uma investigação mais aprofundada e, se necessário, uma biópsia.
É natural sentir preocupação ao receber um laudo mencionando um nódulo pulmonar. Mas é importante lembrar que o achado isolado não significa diagnóstico de câncer.
Agende uma consulta!
O acompanhamento médico é essencial para a prevenção do câncer de pulmão e para evitar conclusões precipitadas. Para ter um acompanhamento de qualidade, esclarecer dúvidas e realizar os exames necessários, agende uma consulta com um dos especialistas da Cirurgia Torácica do Vale!