
O câncer de pulmão é, historicamente, associado ao tabagismo. No entanto, um número crescente de diagnósticos está ocorrendo em pessoas que nunca fumaram, inclusive em pacientes jovens, na faixa dos 40 anos de idade.
De acordo com um estudo recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram estão aumentando principalmente entre as mulheres.
As descobertas publicadas na revista científica The Lancet Respiratory Medicine indicam que fatores ambientais, como a poluição do ar, a predisposição genética e as respostas imunológicas, podem estar levando a esse crescimento no câncer de pulmão não relacionado ao cigarro.
Essa realidade desafia antigos paradigmas e reforça a necessidade de ampliar o conhecimento sobre os múltiplos fatores de risco que envolvem a doença.
Por isso, no Agosto Branco, mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, queremos destacar algumas informações importantes sobre a doença, além de apresentar evidências científicas, combater os mitos e fomentar o diagnóstico precoce do câncer de pulmão, inclusive para aqueles que nunca acenderam um cigarro na vida.
Mito: só quem fuma desenvolve câncer de pulmão
Essa é uma das crenças mais difundidas e perigosas sobre o câncer de pulmão. Estima-se que entre 15% a 25% dos casos da doença ocorram em pessoas que nunca fumaram.
Isso mostra que, embora o cigarro continue sendo o principal fator de risco, ele não é o único. Existem outros fatores relevantes nessa equação, como, por exemplo, a herança genética, o contato com substâncias tóxicas em ambientes de trabalho e a vida em cidades poluídas e com grande concentração de partículas finas em suspensão no ar, comum em grandes centros urbanos.
No que diz respeito à exposição ocupacional, os mais atingidos são os profissionais que têm contato com substâncias como amianto, sílica e arsênio.
Outro fator de risco importante é o fumo passivo, que ocorre com frequência em pessoas que convivem com fumantes.
Por fim, vale destacar o peso do histórico familiar e da predisposição genética. Pessoas que têm parentes, como pais ou tios, que tiveram câncer de pulmão devem começar um rastreio da doença cedo, por volta dos 45 anos, ou antes.
Mito: o câncer de pulmão em não fumantes é menos agressivo
Infelizmente, isso nem sempre é verdade. Embora os tipos histológicos possam variar, como o adenocarcinoma, que é mais comum em não fumantes, a gravidade da doença dependerá de fatores como o estágio do diagnóstico e a resposta ao tratamento.
Neste sentido, vale destacar que o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Em pacientes não fumantes, os sintomas, como tosse persistente, dor torácica ou falta de ar, muitas vezes não são prontamente associados ao câncer de pulmão, o que pode atrasar o diagnóstico.
Por isso, estar atento a sinais persistentes e buscar uma avaliação médica, mesmo sem histórico de tabagismo, é fundamental. O rastreamento, por meio da tomografia de baixa dose, é indicado em alguns casos de alto risco.
Mito: não há como prevenir o câncer de pulmão em não fumantes
Embora não seja possível eliminar totalmente o risco, há estratégias eficazes para minimizar este risco. Um deles é tentar reduzir a exposição a fatores ambientais, como a poluição.
Manter ambientes bem ventilados, verificar a presença de gás radônio em áreas de risco, evitar o fumo passivo, principalmente em casa e no trabalho, adotar hábitos saudáveis, com dieta equilibrada e prática regular de atividade física e utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) em ambientes com exposição a substâncias tóxicas são ações essenciais para a prevenção do câncer de pulmão.
Faça o rastreio do câncer de pulmão!
O câncer de pulmão em não fumantes é uma realidade que precisa ser reconhecida, discutida e enfrentada com informação de qualidade.
Durante o Agosto Branco, a conscientização deve ir além da relação com o cigarro e abranger todos os fatores de risco, sem exceção.
Portanto, se você nunca fumou, mas apresenta sintomas persistentes ou se enquadra em algum fator de risco apresentado neste artigo, não adie a busca por orientação médica. Converse com um especialista o quanto antes!
O rastreio do câncer de pulmão é normalmente recomendado para pessoas com alto risco, especialmente aquelas entre 45 e 80 anos, com histórico de tabagismo em excesso (geralmente mais de 20 maços-ano), que sejam fumantes ativos ou tenham parado de fumar nos últimos 15 anos.
No entanto, pessoas não fumantes com fatores de risco específicos, como histórico familiar ou exposição ocupacional prolongada, também devem buscar uma avaliação individualizada.
O exame indicado para rastreamento é a tomografia computadorizada de baixa dose, que permite identificar nódulos pulmonares em estágios iniciais, aumentando as chances de cura.
Converse com um médico de confiança para avaliar a necessidade e o momento adequado para iniciar esse acompanhamento.
Conheça a Cirurgia Torácica do Vale!
O grupo Cirurgia Torácica do Vale reúne um time de cirurgiões torácicos especializados em procedimentos minimamente invasivos, como a cirurgia robótica. Se você precisa de orientação sobre o câncer de pulmão, agende uma consulta. Lembre-se que o diagnóstico precoce salva vidas!