As doenças pulmonares ocupacionais, ou seja, aquelas que surgem em decorrência da exposição frequente a substâncias nocivas à saúde no ambiente de trabalho, são um motivo de alerta para autoridades reguladoras e órgãos de saúde no mundo todo.
Diversos estudos já evidenciaram a relação direta que existe entre agentes inalados no ambiente ocupacional e o desenvolvimento de doenças respiratórias, como, por exemplo, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a asma.
Dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) mostram que, em 2020, o número de afastamentos do trabalho no Brasil por causa de doenças respiratórias cresceu 165%, na comparação com 2019. No total, foram 51.327 afastamentos, provocados por diversos tipos de problemas respiratórios.
Em grande parte, esse aumento significativo de casos foi impulsionado pela pandemia de Covid-19. No entanto, aspectos relacionados às condições ambientais das empresas também têm participação nos danos causados à saúde respiratória dos trabalhadores brasileiros.
Confira aqui as principais causas das doenças pulmonares ocupacionais e as formas de evitar os problemas!
Quais são as principais doenças pulmonares ocupacionais?
O surgimento de doenças pulmonares ocupacionais influencia negativamente a qualidade de vida dos trabalhadores. Essas doenças se manifestam ao longo do tempo, após uma rotina de exposição constante a partículas que afetam e irritam os pulmões e demais órgãos do sistema respiratório.
Diversas doenças podem ser desencadeadas pelo ambiente ocupacional. Abaixo estão as principais patologias pulmonares relacionadas ao trabalho.
Asma
A asma é uma das doenças pulmonares mais comuns, porém seu potencial de afetar gravemente as vias respiratórias é grande, o que pode resultar em complicações ainda mais severas.
A doença é caracterizada pela inflamação dos brônquios, resultando no estreitamento das vias aéreas. Dessa forma, os principais sintomas da asma ocupacional são a falta de ar, chiado no peito, tosse e sensação de aperto no peito.
Seu diagnóstico se dá através de testes de função pulmonar. No âmbito da prevenção, a melhor forma de evitar a asma ocupacional é por meio do uso de equipamentos de proteção e conscientização dos trabalhadores acerca dos riscos.
Silicose
Outra doença ocupacional relevante é a silicose. Essa doença é pouco conhecida e consiste no acúmulo de sílica nos pulmões, levando à formação de cicatrizes e fibroses.
Os sintomas mais comuns são a tosse crônica, falta de ar e fadiga, além da dificuldade persistente de realizar atividades físicas. A gravidade da doença depende da quantidade de sílica nos pulmões e duração da exposição à substância.
Normalmente, o seu diagnóstico advém de exames clínicos, radiológicos e testes de função pulmonar.
Bronquite Crônica
A bronquite crônica também é resultado de uma inflamação dos brônquios, causando tosses insistentes e a produção de muco em excesso. Ela pode ser causada por diversos fatores, como, por exemplo, a exposição a um ambiente de trabalho com substâncias nocivas.
A bronquite também pode estar ligada à exposição constante à poeira, gases, vapores e outros poluentes, capazes de irritar as vias aéreas e diminuir a qualidade de vida dos trabalhadores.
Sua prevenção pode ser reforçada por meio da diminuição da exposição a poeiras e fumaças, além da educação e conscientização dos colaboradores sobre os riscos de doenças ocupacionais pulmonares.
Câncer de Pulmão
Além das doenças citadas, o câncer de pulmão se apresenta como uma doença grave decorrente da exposição constante a substâncias nocivas, ou até mesmo tóxicas, para os trabalhadores.
A exposição a esses agentes pode decorrer de diversas atividades profissionais, como a mineração e a construção, por exemplo. Os sintomas iniciais mais comuns são a tosse crônica, dor no peito, perda de peso, fadiga, entre vários outros.
Dessa forma, a prevenção do câncer de pulmão deve ser feita através da redução da exposição a agentes carcinogênicos no ambiente de trabalho, como o amianto e a sílica.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Por fim, a doença pulmonar obstrutiva crônica, também conhecida como DPOC, é frequentemente diagnosticada em trabalhadores na área de mineração e produção agrícola.
Essa doença pode ser causada pela exposição a substâncias tóxicas no ambiente de trabalho, provocando tosse crônica, falta de ar, produção excessiva de muco nas vias aéreas, entre vários outros.
Por se tratar de uma doença crônica, a DPOC não tem cura e deve ser tratada imediatamente, a fim de impedir que a doença se agrave. O seu tratamento pode incluir o uso de medicamentos e corticoides, além de fisioterapia respiratória e oxigenoterapia.
Como diagnosticar as doenças pulmonares ocupacionais?
O diagnóstico das doenças pulmonares ocupacionais pode ser feito através de diversas etapas, de acordo com os sintomas e necessidades de cada paciente. Porém, é notável a importância dos exames clínicos, de imagem e testes de função pulmonar.
Neste contexto, a radiografia torácica e a tomografia computadorizada de alta resolução são dois exames que contribuem bastante para o diagnóstico precoce e correto.
Basicamente, pode-se dividir o processo de diagnóstico e tratamento de uma doença pulmonar ocupacional nas seguintes etapas:
- Surgimento dos sintomas iniciais;
- Identificação da doença específica através de exames e testes;
- Avaliação do ambiente de trabalho e do surgimento da doença;
- Definição do tratamento adequado pelo médico especialista.
Como prevenir as doenças pulmonares ocupacionais?
A prevenção das doenças pulmonares ocupacionais, como já dito e reafirmado, é a melhor forma de se evitar o início de uma patologia. Portanto, é com ela que o índice de doenças relacionadas ao trabalho pode diminuir.
Existem diversas formas de prevenir as doenças ocupacionais pulmonares, como, por exemplo, com a utilização de equipamentos de proteção individual e a implementação de práticas seguras, que devem ser fomentadas pelo empregador e pelos responsáveis pelas equipes de uma empresa.
Os treinamentos e conscientização dos trabalhadores também são essenciais para alertá-los sobre os riscos de um ambiente de trabalho com exposições a substâncias tóxicas.
Além disso, outras medidas podem ser tomadas de forma individual, como o cessamento do tabagismo, hábito que pode influenciar diretamente no surgimento de doenças pulmonares, ou intensificar aquelas que já foram diagnosticadas.
Qual o tratamento das principais doenças pulmonares ocupacionais?
O tratamento das principais doenças pulmonares ocupacionais é diverso e pode variar de acordo com o tipo e a gravidade da doença. No geral, o tratamento visa o controle dos sintomas e o impedimento do avanço da patologia.
Portanto, existem algumas formas de tratamento comuns e bastante utilizadas, como, por exemplo, o uso de medicamentos broncodilatadores, anti-inflamatórios, oxigenoterapia e vários outros.
No caso do câncer de pulmão, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, dependendo do estágio e do tipo de tumor.
Dessa forma, é importante frisar que o tratamento deve ser individual e acompanhado por um médico especialista em pneumologia.
Em casos de doenças pulmonares relacionadas ao trabalho, é indispensável o auxílio de uma equipe especializada. Conheça a atuação séria e qualificada dos médicos da Cirurgia Torácica do Vale!