
Até o início da década de 80, era muito comum vermos fumantes em programas de TV, comerciais de diversas marcas de cigarros e uma forte normalização e aceitação do tabagismo dentro da sociedade brasileira.
No entanto, foi também a partir deste momento que as campanhas contra o tabagismo começaram a ganhar força.
Em 1986, por exemplo, o Brasil criou o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, uma iniciativa que estabelecia políticas públicas direcionadas a prevenir o vício no cigarro e a cessar o hábito entre aqueles que já eram fumantes. Entre as ações implementadas estavam a proibição de fumar em ambientes fechados e o aumento dos impostos cobrados sobre o cigarro.
Com o passar dos anos, outras políticas foram criadas para restringir a propaganda de cigarros na televisão, para fomentar campanhas educativas e para reduzir o número de fumantes no país.
Essas iniciativas foram importantes e contribuíram para controlar o tabagismo no Brasil, colocando o país na lista das nações com maior queda no volume de pessoas que consomem tabaco no mundo.
Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, menos de 10% dos brasileiros são fumantes, e o país foi elogiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por seu número decrescente de tabagistas.
Ainda assim, as campanhas de conscientização continuam necessárias e fundamentais para alertar sobre os riscos do cigarro.
De acordo com a OMS, o tabaco é responsável por cerca de 8 milhões de mortes todos os anos, incluindo o óbito de 1,3 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo. Ainda segundo a organização, até metade dos fumantes morre em decorrência do vício, o que coloca o tabaco no centro de uma epidemia considerada uma das maiores ameaças à saúde pública.
No Brasil, dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), indicam que 90% das mortes por câncer de pulmão têm relação com o cigarro. A dependência à nicotina também eleva o risco de outras doenças, como as doenças cardiovasculares e o acidente vascular cerebral.
Os impactos do tabagismo na saúde pulmonar
O cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, muitas das quais têm efeitos diretos e devastadores sobre os pulmões. Os principais danos causados pelo cigarro estão relacionados a inflamações pulmonares crônicas, obstruções das vias aéreas, alergias respiratórias, asma, câncer e doenças cardiovasculares.
Entre as patologias que possuem relação direta com o tabagismo, podemos citar a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), as infecções respiratórias recorrentes, como bronquites, pneumonias e gripes gravas; e a redução da capacidade respiratória.
Além disso, o consumo regular de cigarro aumenta o risco de câncer de pulmão e compromete a função pulmonar, afetando diretamente a qualidade de vida e a longevidade das pessoas.
Desse modo, o tabagismo continua sendo uma das principais causas evitáveis de doenças e mortes no mundo.
Como promover o controle do tabagismo?
O controle do cigarro passa necessariamente por políticas públicas e pela conscientização. Combater o tabagismo é uma tarefa que envolve ações em diversos níveis, inclusive entre a população mais jovem.
Entre as iniciativas que têm um bom desempenho no controle do tabagismo estão as campanhas educativas em escolas, empresas e meios de comunicação e as políticas que promovem o aumento de impostos sobre cigarros, as mensagens de advertência nas embalagens e a criação de ambientes livres de fumo.
Adicionalmente, são essenciais as ações para conscientizar sobre os riscos do fumo e para viabilizar o acesso a tratamentos e ao apoio psicológico e farmacológico para parar de fumar.
Os benefícios à saúde ao parar de fumar
Parar de fumar traz benefícios imediatos e progressivos para o organismo. Segundo a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), pessoas de todas as idades podem se beneficiar da cessação do tabagismo.
Confira alguns benefícios imediatos e de longo prazo ao parar de fumar:
- Em 20 minutos: a pressão arterial e os batimentos cardíacos se normalizam;
- Em 48 horas: o olfato e o paladar começam a melhorar;
- Em 2 a 12 semanas: a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar começa a se recuperar;
- Em 1 a 9 meses: a tosse e a falta de ar diminuem;
- Após 1 ano: o risco de doenças cardíacas é reduzido à metade;
- Após 10 anos: o risco de câncer de pulmão pode cair pela metade.
Além disso, há uma melhora expressiva na qualidade de vida, no bem-estar emocional e no condicionamento físico.
Como buscar ajuda para deixar de fumar?
Abandonar o cigarro é um grande desafio, mas existem recursos que podem ajudar. Diversos centros de saúde e unidades básicas de saúde do SUS oferecem grupos de apoio, aconselhamento e medicação gratuita para quem deseja abandonar o tabagismo.
Hoje, também existem aplicativos e linhas de apoio telefônico, que são ferramentas digitais que auxiliam na cessação do cigarro.
Por fim, uma recomendação importante é buscar o apoio de psicólogos e médicos especializados, já que contar com uma abordagem multiprofissional aumenta as chances de sucesso no tratamento.
Caminhos para uma vida sem cigarro
Parar de fumar é uma decisão importante. Como o cigarro muitas vezes está ligado a rotinas, emoções e até a momentos de lazer, uma das primeiras indicações dos especialistas é tentar substituir o hábito de fumar por práticas saudáveis para manter o foco e evitar recaídas.
Praticar atividades físicas, como caminhadas, yoga, musculação, natação e outros exercícios, ajuda a liberar endorfinas, melhora o humor e reduz a ansiedade, sintomas que são bem comuns na fase de abstinência do cigarro.
Outra recomendação é beber bastante água, já que a hidratação ajuda a controlar a vontade de fumar e contribui para eliminar toxinas do corpo.
Adotar práticas como meditação, terapia online e técnicas de respiração profunda também contribui para o controle da ansiedade e do estresse causados pela cessação do cigarro.
Durante este processo, é fundamental ter em mente que mudar um estilo de vida é um processo que exige determinação e persistência.
Faça o acompanhamento com uma equipe especializada!
O tratamento do tabagismo é mais eficaz quando realizado com acompanhamento profissional. Médicos, psicólogos e outros profissionais de saúde podem ajudar nesta jornada.
Além disso, caso você já tenha desenvolvido algum comprometimento pulmonar em decorrência do tabagismo, é importante manter um acompanhamento periódico, com checkups de saúde.
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