Os tumores neuroendócrinos são aqueles que têm sua origem a partir de células do sistema neuroendócrino. Esse tipo de tumor é raro e atinge majoritariamente homens e mulheres entre 50 e 60 anos de idade.
A causa da doença é desconhecida e os tumores podem surgir em diversas áreas do corpo, como, por exemplo, nos pulmões, tireoide e pâncreas.
Por ser uma doença rara, estima-se que os tumores neuroendócrinos atinjam sete em cada 100 mil pessoas. Eles afetam principalmente células endócrinas e células nervosas e, dependendo da característica e localização dos tumores, podem ter uma progressão lenta ou agressiva.
No campo da cirurgia torácica, um dos tumores neuroendócrinos que têm indicação cirúrgica é o tumor neuroendócrino de pulmão, que pode ser classificado como carcinoide típico, carcinoide atípico, carcinoma neuroendócrino de grandes células ou câncer pulmonar de pequenas células.
Em geral, os tumores neuroendócrinos primários do pulmão têm origem nas células de Kulchitsky, presentes na mucosa brônquica. Essas células têm a capacidade de secretar hormônios e, por isso, os tumores que se originam a partir delas são denominados neuroendócrinos.
Neste artigo, vamos apresentar algumas informações importantes sobre esse tipo de câncer e explicar qual é o papel da cirurgia torácica no tratamento dessas neoplasias.
Quais são os tipos de tumores neuroendócrinos?
Os tumores neuroendócrinos (TNE) fazem parte de um grupo de doenças heterogêneas.
Estudos clínicos já demonstraram que existem diferentes características e comportamentos para esse tipo de tumor e, portanto, é necessário que o tratamento seja conduzido por uma equipe médica multidisciplinar.
Há, na atualidade, variadas modalidades de diagnóstico e tratamento para tumores neuroendócrinos.
Para que a indicação de tratamento seja adequada, é importante determinar qual é o tipo de tumor neuroendócrino que o paciente apresenta, que pode ser categorizado da seguinte forma:
- Tumores neuroendócrinos gastrointestinais – São encontrados no trato gastrointestinal, como, por exemplo, no intestino delgado, estômago, reto, cólon, esôfago e apêndice. É o tipo mais comum.
- Tumores neuroendócrinos pulmonares – Atingem principalmente os pulmões e brônquios.
Sintomas dos tumores neuroendócrinos
Em muitos casos, os tumores neuroendócrinos são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas evidentes, o que pode levar ao diagnóstico tardio da doença.
Nos casos mais avançados e agressivos, os pacientes podem relatar sintomas diversos, de acordo com a localização e característica do tumor.
Em tumores neuroendócrinos gastrointestinais, os sintomas mais frequentes são: dor abdominal, diarreia crônica, anemia, perda de peso e fadiga.
Já nos tumores neuroendócrinos pulmonares, os sinais são: tosse persistente, pneumonias de repetição, dificuldade para respirar, fadiga e crises asmáticas.
Diagnóstico de tumores neuroendócrinos
O diagnóstico e o tratamento dos tumores neuroendócrinos são conduzidos a partir de uma investigação profunda dos sintomas relatados pelos pacientes.
Como a doença é silenciosa na maioria dos casos, é comum que as pessoas cheguem ao consultório com queixas muito parecidas às de outras doenças, como asma, gastrite ou problemas intestinais.
A partir da análise clínica e de exames específicos, o médico pode determinar a causa real e chegar ao diagnóstico de um tumor neuroendócrino.
Neste caso, os principais exames solicitados variam de acordo com a suspeita médica, seja para tumores gastrointestinais ou pulmonares.
Em geral, os especialistas podem pedir os seguintes exames para fechar um diagnóstico:
- Exames de sangue e urina;
- Biópsia;
- Tomografia;
- Ultrassonografia;
- Endoscopia;
- Broncoscopia;
- Exames de função pulmonar.
Cirurgia torácica para tumores neuroendócrinos
Quando os tumores neuroendócrinos são diagnosticados na região torácica, a cirurgia torácica é uma indicação de tratamento. Ela pode ser realizada nos casos em que o tumor já foi localizado com precisão e pode ser removido.
O cirurgião torácico faz uma avaliação detalhada do caso para compreender se houve a disseminação do câncer para outros órgãos, se é necessário remover tumores secundários e se o paciente está em boas condições de saúde para suportar o procedimento.
Na maior parte dos casos, a remoção cirúrgica do tumor é o tratamento mais eficaz, especialmente para pacientes com carcinoides de pulmão.
Adicionalmente, o médico também pode indicar terapias combinadas à cirurgia, como quimioterapia e radioterapia, para aumentar as chances de sucesso.
É possível remover o tumor completamente?
A remoção completa do tumor é sempre o objetivo da cirurgia torácica, mas isso depende da localização, do tamanho e da extensão do tumor.
Nos casos em que o tumor está bem delimitado e não invadiu estruturas adjacentes, a cirurgia garante bons prognósticos.
Já em tumores maiores ou mais invasivos, a remoção completa pode ser mais difícil, e a cirurgia é usada como parte de um tratamento paliativo, para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Vale lembrar que, em alguns casos, os tumores neuroendócrinos podem se espalhar para outras partes do corpo. Nessa situação, o cirurgião avalia se a cirurgia para remover os tumores secundários (metástases) é possível.
Procedimentos cirúrgicos para tumores neuroendócrinos torácicos
Os principais procedimentos cirúrgicos realizados para remover tumores neuroendócrinos torácicos são:
- Pneumonectomia: consiste na remoção completa de um pulmão. Esse procedimento é indicado quando o tumor afeta uma área extensa do pulmão ou está localizado em uma região central.
- Lobectomia: consiste na remoção de um lobo pulmonar (o pulmão direito possui três lobos e o esquerdo, dois). Esse procedimento é mais comum e indicado quando o tumor está confinado a um único lobo.
Cirurgia para carcinoides típicos e atípicos: os carcinoides são tumores neuroendócrinos de crescimento lento que podem ocorrer no pulmão.
Eles são classificados em carcinoides típicos, que são menos agressivos, e carcinoides atípicos, que apresentam um comportamento mais invasivo.
Para os carcinoides típicos, é possível realizar o tratamento com cirurgias menos agressivas, como a lobectomia ou ressecção segmentar, em razão do seu crescimento lento e menor chance de metástase.
Já para os carcinoides atípicos, as cirurgias podem ser mais amplas e complexas. Lembrando que esses tumores têm maior risco de recorrência e metástase, necessitando de um acompanhamento mais rigoroso.
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