Lobectomia pulmonar

Conheça as principais indicações do procedimento cirúrgico que faz a retirada total dos lobos pulmonares

Veja também: Tumores de Parede Torácica

Lobectomia pulmonar
Lobectomia pulmonar.

A lobectomia pulmonar é uma cirurgia que consiste na retirada total dos lobos pulmonares. Ela é frequentemente utilizada no tratamento oncológico dos pulmões.

Durante o procedimento, o lobo pulmonar afetado pelo tumor é retirado por completo.

Para quem não sabe, lobo é o nome dado às partes divisíveis do pulmão. São habitualmente três lobos ao lado direito e dois ao lado esquerdo.

Tais partes influenciam no tipo de cirurgia indicado para o paciente. Na prática, o procedimento pode ser dividido em seções: lobectomia pulmonar inferior direita, lobectomia média, lobectomia superior direita, lobectomia inferior esquerda e lobectomia superior esquerda.

Cada uma delas apresenta um grau de risco e dificuldade diferente para o cirurgião. No procedimento ideal, é necessário dissecar, isolar e separar os vasos e brônquios específicos do lobo a ser retirado.

Esse tipo de cirurgia é a mais adequada para tratar o câncer de maneira oncológica. Já em fases mais avançadas, o procedimento não apresenta eficácia e coloca o paciente em uma situação desnecessária de risco.

O tempo de cirurgia pode variar bastante, indo de 1 a 4 horas de duração, dependendo do nível de complexidade do caso e da técnica utilizada para sua realização.

Se você está buscando informações sobre este tipo de procedimento, é provável que já tenha visto outros termos junto ao nome dessa cirurgia.

Para sanar todas as dúvidas, explicaremos os três tipos de lobectomia pulmonar existentes: a lobectomia pulmonar aberta, a lobectomia pulmonar por videotoracoscopia e a lobectomia pulmonar robótica. Confira!

Lobectomia pulmonar aberta

A lobectomia pulmonar aberta é o procedimento convencional. Nela, a parede torácica do paciente é aberta por meio de uma incisão de 12 a 15 centímetros.

Em seguida, as costelas são afastadas para visualização dos órgãos internos do tórax. Este tipo de cirurgia requer a aplicação de anestesia geral e o paciente é hospitalizado por alguns dias, na maioria dos casos.

Ao fim do procedimento, é feita a aplicação de um dreno de tórax no paciente. Normalmente, o dreno é removido entre o 1º e 4º dia de pós-operatório, podendo se estender.

Após a finalização desta etapa, é realizada uma análise do estado geral do paciente, em relação às possíveis complicações. Entre as mais comuns, destacam-se: ventilação após a cirurgia; vazamento de ar; sangramento e dor na região operada.

Caso o quadro do paciente esteja estável, com níveis de dor controlados e sem nenhuma complicação, é possível dar a alta hospitalar. 

Lobectomia Pulmonar por Videotoracoscopia         

A lobectomia pulmonar por vídeo faz uso da videotoracoscopia, cirurgia de tórax videoassistida, ou seja, que faz uso de uma microcâmera durante o procedimento.

O instrumento é acoplado a um sistema que une um monitor e um processador de vídeo. Desta forma, os cirurgiões conseguem ter uma visão clara do interior do tórax, mais especificamente da cavidade pleural.

Além do auxílio tecnológico, outra vantagem deste tipo de cirurgia é o fato de ser minimamente invasiva. No procedimento, é feito um pequeno corte com bisturi na parede torácica e a câmera é inserida por esta abertura.

Depois de posicionada, os profissionais farão uso da visão oferecida para retirar as áreas afetadas pelo tumor ou outras complicações.

Lobectomia Pulmonar Robótica

Como o nome sugere, esta cirurgia faz uso de um robô, ou melhor dizendo, de quatro braços robóticos (para as técnicas mais avançadas da cirurgia).

Esse tipo de lobectomia pulmonar é completamente endoscópica, ou seja, é feita no interior da região com um instrumento próprio, sem a necessidade de uma abertura completa.

Robo Da Vinci utilizado na cirurgia de Lobectomia Pulmonar

Em comparação com o procedimento convencional, esta técnica é menos invasiva, apresenta menor tempo de internação e oferece menor chance de complicações no pós-operatório

Para saber qual o procedimento mais adequado, é estritamente necessário que se faça um acompanhamento com um especialista da área. Toda cirurgia, especialmente as não convencionais, devem ser performadas por profissionais com extensa experiência na atividade para garantia de maior segurança.

Além de se mostrar como uma solução viável ao tratamento do câncer, a lobectomia pulmonar também pode ser utilizada no cuidado de outras doenças. São elas: as infecções fúngicas, a tuberculose e o enfisema pulmonar.

Infecções fúngicas

São infecções causadas por fungos, como leveduras e bolores. Este tipo de contaminação normalmente se inicia nos pulmões ou na pele, já que os esporos fúngicos estão muitas vezes presentes no ar ou no solo.

É raro que este tipo de infecção leve o paciente a enfrentar um quadro grave, salvo por situações em que o sistema imunológico da pessoa se encontra severamente debilitado. A aplicação da lobectomia neste caso serve como parte do processo diagnóstico / terapêutico.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença com perfil infeccioso e transmissível, que afeta prioritariamente os pulmões. Pode, entretanto, comprometer outros órgãos ou sistemas do corpo humano.

A doença é provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch, em homenagem ao médico que descobriu as causas da enfermidade, Robert Koch.

Os sintomas mais comuns da tuberculose são tosse seca e contínua nos estágios iniciais. Por mais de quatro semanas, a tosse passa a ser seguida da presença de secreção.

Em fases mais avançadas da doença, os sintomas normalmente apresentados são: tosse com pus ou sangue; sudorese noturna; cansaço excessivo; febre baixa em horários específicos e frequentes; palidez; falta de apetite; perda perceptível de peso; voz rouca; sensação de corpo fraco; e prostração, que se trata de uma sensação de intenso desconforto físico.

Nos casos mais graves, o paciente com tuberculose pode apresentar dificuldade na respiração, perda de sangue (ao tossir, por exemplo), colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão). Em caso de comprometimento dessa membrana, é muito provável que o paciente venha a sentir dor torácica.

De acordo com artigos publicados pelo Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP), a realização da lobectomia em casos de tuberculose foi um procedimento padrão por muitos anos.

Atualmente, a cirurgia é indicada em casos específicos, como: em situações de emergência, em que o paciente apresenta hemorragia pulmonar; e em urgências, quando o quadro da doença se mostra irreversível, mesmo depois de outros tratamentos.

Enfisema pulmonar

O enfisema pulmonar é uma doença com perfil degenerativo, que se caracteriza pelo alargamento permanente e anormal dos espaços aéreos terminais, o que dificulta a circulação do oxigênio e leva à sensação de falta de ar.

De acordo com o Ministério da Saúde, o enfisema pulmonar se desenvolve depois de vários anos de “agressões contínuas aos tecidos dos pulmões”, causados principalmente pelo uso regular de cigarro.

Pessoas que mantiveram contato constante com ambientes que apresentam altos índices de poluição do ar também podem vir a desenvolver o quadro. Aos fumantes, a medida principal é parar imediatamente com o uso do cigarro, já que, cortado o consumo, é possível retardar o desenvolvimento da condição.

Outras opções de tratamento incluem: uso de remédios broncodilatadores, terapia com oxigênio (suplemento de oxigênio), aplicação de anti-inflamatórios corticosteroides, programa de exercícios físicos, uso de dispositivos endobrônquicos (vávulas), colocadas por broncoscopia e cirurgia de redução dos pulmões, que pode ser feita por meio da lobectomia pulmonar.

Em geral, a cirurgia apresenta quatro benefícios principais: aumento do fluxo expiratório, da elasticidade pulmonar, da capacidade vital do órgão e o crescimento pulmonar compensatório (CPC).

Para saber mais sobre cirurgias e tratamentos de doenças pulmonares e torácicas, leia outros artigos publicados no blog da Cirurgia Torácica do Vale. Somos um grupo de médicos especialistas que atuam na região do Vale do Paraíba. 

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