Broncoscopia

A broncoscopia e um método de endoscopia em que, por via nasal ou bucal, se acessa a via respiratória por meio de um aparelho rígido ou flexível.

Veja também: Bronquiectasias

Broncoscopia
Broncoscopia. Broncoscopia Diagnostica e Terapêutica.

O que é Broncoscopia?

A broncoscopia, ou endoscopia respiratória, é um procedimento muito frequente na rotina de pneumologistas e pode ser um importante aliado na detecção e tratamento de uma série de doenças e complicações nos pulmões e no sistema respiratório como um todo.

Para entender um pouco mais sobre como funciona este exame, quando ele é indicado e quais precauções devem ser tomadas antes e depois de sua realização, continue a leitura!

Entenda o que é broncoscopia

A broncoscopia é o exame óptico realizado por meio de um broncoscópio, um tubo fino e flexível. O exame tem como objetivo avaliar em que condições se encontram as vias aéreas, incluindo a laringe e a traqueia.

Este tipo de procedimento só deve ser realizado por profissionais especializados na área, ou seja, pneumologistas, endoscopistas ou cirurgiões torácicos

Além disso, o exame também requer o treinamento adequado, que precisa incluir, de forma obrigatória, a experiência e intimidade do profissional com a broncoscopia rígida e flexível.

Quais doenças a broncoscopia detecta?

Como dito anteriormente, a broncoscopia pode ser usada para detectar diversas doenças no aparelho respiratório. Entre elas, podemos citar:

Câncer: nos casos de suspeita de câncer, o médico responsável deverá fazer uma broncoscopia seguida de biópsia. Neste procedimento, um pequeno pedaço do revestimento do pulmão será retirado para análise histopatológica. 

Assim, será possível confirmar a presença ou não de células cancerígenas no organismo. O resultado para este tipo de exame costuma demorar alguns dias.

Fibrose pulmonar: doença causada pela lesão e cicatrização irregular dos pulmões, a fibrose pulmonar faz com que o tecido que envolve os sacos aéreos dos pulmões se torne mais grosso. Deste modo, a passagem do oxigênio para a corrente sanguínea fica comprometida.

Obstrução das vias aéreas: se trata de um bloqueio parcial ou completo das vias respiratórias que impede o fluxo de ar. Pode ser classificada como superior, central ou inferior, dependendo de onde se localiza.

Estenose Traqueal: é a obstrução da região interna da traqueia, ou seja, o fechamento da região. Ela pode ser do tipo benigna, quando aparece em razão da formação de um processo de cicatrização no interior da traqueia. Esta cicatrização evolui para o fechamento parcial ou total de sua luz, orifício interno, e acaba impedindo a passagem do ar.

Infecções Pulmonares: bastante comuns, as infecções pulmonares são um termo “guarda-chuva” para as inflamações geradas pela multiplicação de algum tipo de bactéria, fungo ou vírus nos pulmões. Podem gerar o aparecimento de sintomas como a presença de catarro, febre, tosse e dificuldades para respirar.

Pneumonia: a broncoscopia oferece maior precisão na hora de fazer um diagnóstico de pneumonia. A doença pode levar a complicações sérias e ainda é a causa de muitas hospitalizações no Brasil.

Em janeiro de 2022, por exemplo, os índices de óbitos por pneumonia aumentaram no país, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 21.718 mortos, contra 12.745 em janeiro de 2021.

Portanto, fazer uso de exames mais minuciosos, como a broncoscopia, pode ser algo muito benéfico para a realização de um tratamento precoce. 

Vale destacar que a pneumonia pode se apresentar em 5 tipos diferentes, com causadores específicos. São eles: 

  • Pneumonia bacteriana - Não costuma ser contagiosa e pode ser tratada com antibióticos específicos. Geralmente, é causada pelas bactérias Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae, Legionella pneumophila.
  • Pneumonia química - É causada pela inalação frequente de substâncias tóxicas, como agrotóxicos, poluição intensa, produtos químicos e fumaça. Tais substâncias podem gerar inflamações nas vias aéreas e nos alvéolos, resultando na pneumonia.
  • Pneumonia viral - Geralmente é causada por vírus como a influenza, o adenovírus, a varicela-zoster, o vírus respiratório sincicial e o novo coronavírus. Este tipo de pneumonia pode ser transmitido via contato direto.
  • Pneumonia fúngica - Tipo mais raro da doença, a pneumonia fúngica é, como o nome sugere, causada pelo contato de fungos com as vias respiratórias. Pode causar complicações graves para portadores de doenças crônicas ou pessoas imunodeprimidas, como pacientes com câncer.
  • Pneumonia nosocomial - Associado à permanência em ambiente hospitalar, esse tipo de pneumonia é uma infecção muito frequente em UTIs. É causada principalmente por bactérias presentes nos hospitais, que agravam a condição do paciente por serem mais resistentes aos antibióticos usados para tratar a pneumonia.

Quando devo fazer um exame de broncoscopia?

Todo paciente deve fazer um exame de broncoscopia quando passar a apresentar suspeitas de doenças pulmonares ou outras complicações que levem o médico responsável a julgar necessário aplicar o exame para uma investigação. 

Normalmente, o pneumologista, médico responsável por identificar, avaliar e tratar doenças relacionadas às vias aéreas e ao pulmão, solicita um exame de Raio-X e/ou Tomografia inicialmente para avaliar a situação dos pacientes.

A broncoscopia costuma ser solicitada quando os exames de imagem não conseguem fornecer resultados capazes de determinar com exatidão a suspeita de uma doença.

Além de ajudar na identificação das doenças citadas anteriormente, a broncoscopia também pode ser realizada para:

  • Remover corpos estranhos e sangue da região;
  • Identificar o causador de sangramentos pulmonares;
  • Coletar amostras de tecidos cancerígenos para acompanhamento. 

Qual o preparo para broncoscopia?

Para se preparar para uma broncoscopia é preciso que o paciente faça um jejum completo de 8h, inclusive de líquidos. Também é necessário que o paciente vá para a broncoscopia junto de um acompanhante.

É normal sentir dor depois da broncoscopia?

De forma simplificada, sim, é normal sentir dor depois da broncoscopia. Afinal, por mais que seja um procedimento minimamente invasivo, ainda estamos falando de um tubo sendo inserido até o pulmão, algo que naturalmente causará desconforto posteriormente.

Para se recuperar da forma adequada depois da realização da broncoscopia é importante que alguns cuidados sejam tomados. 

Ao chegar em casa depois de realizar o exame, fique de repouso, já que o medicamento que foi administrado durante o procedimento pode ter um efeito máximo de 24 horas. 

Até que a substância seja completamente eliminada do organismo, é normal que haja sensação de cansaço, forte sonolência e dificuldade de se concentrar. 

Não se esqueça de solicitar atestado médico para comprovar sua ausência, caso precise perder um dia de trabalho ou estudos. 

Além disso, vale ressaltar que nas primeiras 24 horas após o exame de broncoscopia, o paciente não deve:

  • Conduzir qualquer tipo de veículo ou trabalhar com maquinário pesado;
  • Consumir bebidas alcoólicas;
  • Ingerir sedativos ou tranquilizantes; 
  • Tomar decisões importantes ou assinar qualquer tipo de documento, já que possivelmente ainda estará sob efeito dos remédios, o que compromete a tomada de decisões.

A não ser que tenha recebido instruções específicas do médico responsável, o paciente poderá tomar os medicamentos de costume ao chegar em casa. No caso de remédios anticoagulantes, entretanto, é interessante que o profissional seja consultado.

Broncoscopia: como é feito o exame

A broncoscopia é realizada por meio da introdução de um tubo fino e flexível de aproximadamente 6mm pela boca, ou nariz, que vai até o pulmão do paciente. 

Este tubo, chamado de broncoscópio, conta com uma câmera pequena acoplada na ponta. Esta transmite as imagens das vias aéreas e do pulmão para uma tela na sala de exame.

Nos casos em que a broncoscopia é acompanhada pela coleta de tecido pulmonar ou das vias aéreas, o médico responsável pelo procedimento pode introduzir outras ferramentas através do broncoscópio para realizar a extração.  

O exame é realizado com o paciente deitado em uma maca, para diminuir as chances de o mesmo apresentar náuseas, engasgos ou qualquer outro tipo de desconforto.

Em seguida, realiza-se a sedação do paciente, procedimento que pode ser feito por meio de uma injeção intravenosa com os medicamentos apropriados, ou por remédios em spray, gel ou líquido. 

Os efeitos destas opções geralmente persistem por cerca de 45 a 60 minutos após o exame. Já no caso da sedação intravenosa, é possível sentir os efeitos por até 24 horas depois da broncoscopia.

O tempo médio para a realização do exame é de 20 minutos, e o paciente não precisa ser internado, salvo em casos específicos.

Durante o período imediato pós exame, é recomendado que se evite a ingestão de alimentos ou qualquer tipo de líquido, como forma de prevenir engasgos. 

Após a finalização do exame de broncoscopia, o médico especialista poderá informar os resultados imediatamente ou enviar o material de coleta para biópsia. Neste caso, o resultado final pode demorar alguns dias para estar completo.

Uma das grandes vantagens da broncoscopia está no fato de que se trata de um procedimento minimamente invasivo. Isto permite que certas patologias possam ser tratadas de uma forma mais segura.

Quais os riscos de uma broncoscopia?

Como qualquer procedimento, a broncoscopia oferece a possibilidade de alguns riscos e reações, ainda que mínimas. Sua incidência varia de paciente para paciente e está relacionada com o eventual uso de medicamentos, procedimentos adicionais e gravidade da doença de base

Entre as reações mais comuns, destacam-se:

  • Tosse com sangue;
  • Sensibilidade do nariz e da garganta;
  • Hemorragia nasal;
  • Febre durante 4 a 5 horas após a broncoscopia.
  • Pneumotórax

A grande maioria das reações se resolvem sem a necessidade de intervenção médica. Em casos mais raros, também é possível que a pessoa venha a apresentar arritmias, dificuldade respiratória (broncospasmo) e/ou parada cardiorrespiratória.

No caso da presença de alergias, outras doenças ou outros tratamentos já em andamento, é vital que o médico seja informado. Assim, é possível reduzir o risco de ocorrência de complicações.

Precisa saber mais sobre o exame? Entre em contato com a equipe da Cirurgia Torácica do Vale!

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