Pleurodese
Conheça os principais fatores sobre a pleurodese, um procedimento para prevenir a recorrência de um pneumotórax ou de um derrame pleural
Veja também: Derrame Pleural
A pleurodese é o nome dado a uma intervenção cirúrgica que visa eliminar o espaço entre as pleuras.
Para quem não está familiarizado com o termo, as pleuras são membranas finas e quase transparentes que revestem o interior da parede torácica e dos pulmões.
São compostas por duas camadas: uma que reveste o interior da parede torácica, chamada parietal e outra que cobre o pulmão, chamada de visceral.
Entre elas existe um espaço, a cavidade pleural, que é lubrificada por uma substância líquida. Esta reduz a força de atrito entre o pulmão e a parede torácica durante a respiração.
Como é feita a Pleurodese
A Pleurodese pode ser caracterizada em química e abrasiva.
Na intervenção química, usam-se medicamentos que ajudam na formação da aderência do pulmão e da parede do tórax, para acabar com o espaço pleural.
Já na abrasiva, as células da pleura são esfoliadas para que o tecido local fique irritado, o que favorece a formação de tecido cicatricial.
A partir do surgimento deste tecido, a aderência entre o pulmão e a parede do tórax fica mais fácil.
A cirurgia é feita por dois métodos: toracotomia ou toracoscopia.
No primeiro, o procedimento é feito a partir da abertura da cavidade torácica por uma incisão.
Assim, é possível visualizar a região do pulmão de forma completa.
Já na toracoscopia, um tubo flexível com uma pequena câmera na ponta é inserido no paciente para que o espaço pleural possa ser observado.
As intervenções podem ser realizadas a partir do uso da sedação local ou anestesia geral, de acordo com as recomendações médicas.
Em ambos os casos, é recomendável que a pessoa fique em observação por um tempo, para evitar complicações.
O que é uma Quilotórax?
Quilotórax é o termo dado ao acúmulo de linfa entre as pleuras. A linfa se trata de um líquido quase transparente que tem uma aparência leitosa.
A composição química deste líquido é bem parecida com a do sangue, salvo pela ausência de hemácias.
Quando encontramos o acúmulo de linfas na região das pleuras, o motivo quase sempre está relacionado a uma lesão nos vasos linfáticos do tórax.
Este tipo de ferimento pode ser causado por diversos fatores, como a presença de um tumor, infecção ou traumatismo.
Existem até casos nos quais a quilotórax aparece já nos primeiros dias de vida de uma pessoa, como resultado de uma alteração congênita de sua anatomia.
Para que serve Pleurodese
A pleurodese serve para produzir uma fibrose pleural no intuito de obliterar o espaço das membranas.
Isto é feito para impedir que o acúmulo do líquido pleural / linfático volte a acontecer, além de prevenir outros sintomas.
Para que serve a Pleurostomia?
A pleurostomia serve para que infecções crônicas da cavidade pleural sejam tratadas, principalmente para pacientes que apresentem empiema pleural fase III, no qual o líquido pleural já apresenta um aspecto purulento.
A pleurostomia é um tratamento considerado mutilante, já que envolve a criação de um estoma torácico, que pode demorar alguns anos para ser completamente fechado.
O que é “colagem”de pleura
A "colagem" de pleura, nada mais é do que o a pleurodese.
Ganhou este apelido já que o procedimento tem como objetivo remover o espaço entre as membranas.
Além dos procedimentos que já citamos, a “colagem” também pode ser estimulada pelo uso de uma mistura de talco ou sangue autólogo.
Esta aplicação é feita através de um tubo pleural que irá drenar o ar e liquido do espaço.
Entretanto, é importante dizer que “colar” o espaço pleural desta maneira não é tão eficaz quanto a cirurgia.
Quando fazer Pleurodese
A pleurodese é feita quando há necessidade de prevenir a recorrência de um pneumotórax ou de um derrame pleural frequente.
O procedimento também pode ser realizado para o tratamento de derrames malignos na região.
É importante ressaltar que nem todos os pacientes têm as condições de saúde necessárias para enfrentar uma intervenção cirúrgica como a pleurodese, avaliação que depende da opinião médica.
Quanto tempo demora uma Pleurodese
A cirurgia de pleurodese leva em média 1 hora para ser concluída.
Este tempo vai variar de acordo com o cirurgião responsável pelo procedimento e com a qualidade dos materiais usados pelo hospital.
No que diz respeito ao tempo de recuperação, isso também é bem variável, vai depender das condições clínicas do pacte e da etiologia da doença.
Durante este período, é fundamental fisioterapia respiratória, mesmo que ambulatorial, por um período mínimo de 30 dias.
Quando fazer drenagem no pulmão
A drenagem no pulmão é indicada em casos de sangramento ao redor do órgão em razão de um trauma recente, como em pacientes que foram resgatados de um acidente de trânsito, por exemplo.
Também é indicado em caso de pneumotórax, colapso pulmonar (principalmente quando este for progressivo e volumoso decorrente de um pneumotórax hipertensivo) e derrames pleural volumosos.
Quais os riscos da cirurgia da Pleurodese
Os principais riscos da cirurgia da pleurodese, apesar de não serem tão frequentes, incluem: dor no local do procedimento, infecção e febre.
Por isso, é importante que o paciente fique em observação por um tempo.
De acordo com a pesquisa “Pleurodese nos derrames pleurais malignos: um inquérito entre médicos em países da América do Sul e Central”, os principais efeitos colaterais identificados na nossa região são febre e dor torácica.
O estudo foi divulgado pelo Jornal Brasileiro de Pneumologia e apontou que aproximadamente 30% dos participantes relataram febre.
A dor torácica foi relatada com mais frequência na América Central (54%) do que em nosso país (29%) e em outros Estados da América do Sul (32%).
Como é feita a cirurgia de pneumotórax
A cirurgia de pneumotórax normalmente é feita por meio de uma toracoscopia assistida por vídeo, ou seja, pela inserção de um tubo com uma câmera acoplada que permite que o médico veja o espaço pleural.
Este procedimento busca ressecar bolhas, com ou sem pleurodese e com ou sem pleurectomia apical, ou seja, ressecção da parte interna da parede do tórax.
O objetivo é gerar maior aderência da região doente e diminuir o risco de recidiva.
A cirurgia é bastante recomendada para aqueles pacientes que apresentem a doença do tipo recorrente, especialmente na mesma região.
O pneumotórax se caracteriza pela presença de ar entre as duas camadas da pleura. Esta condição acaba resultando no colapso parcial ou total do pulmão, quando não tratada.
Entre os grupos de risco, podemos destacar pessoas que trabalham como pilotos de avião, comissários de bordo e mergulhadores. Isto porque, o fato de estarem submetidos a altas pressões com frequência pode agravar a situação.
Pessoas que desenvolvem pneumotórax espontâneo secundário depois do primeiro episódio de pneumotórax, também podem se beneficiar com a cirurgia, se estiverem saudáveis.
Vantagens da cirurgia robótica
Entre as vantagens da cirurgia robótica, a diminuição dos riscos com efeitos colaterais é uma das principais.
Tal fator se deve ao fato de que este procedimento é bem menos invasivo, já que as incisões são consideravelmente menores.
Assim, é possível reduzir sangramentos, o risco de infecção e a presença de dores locais. A cirurgia robótica também é muito mais precisa, graças à alta tecnologia.
Outra vantagem está no fato de que o paciente fica internado por menos tempo e consegue se recuperar com mais rapidez.
Quer saber mais sobre doenças e tratamentos pulmonares e torácicos? Não deixe de conferir os outros artigos do blog da Cirurgia Torácica do Vale. Somos um grupo de médicos especialistas que atuam na região do Vale do Paraíba.
- www.instagram.com.br/cirurgiatoracicadovale.com.br
- www.cirurgiatoracicadovale.com.br
- www.cirurgiatoracicadovale.com.br/blog
Veja também: Pneumotórax espontâneo primário: drenar ou observar?