Cirurgia Torácica do Vale

Cirurgia torácica em pacientes com doenças autoimunes

Conheça os cuidados necessários ao realizar procedimentos cirúrgicos em pacientes com sistema imunológico prejudicado por outras complicações

Veja também: Cirurgia Torácica em Pacientes com COVID-19: Considerações Especiais

Cirurgia torácica em pacientes com doenças autoimunes
Cirurgia torácica em pacientes com doenças autoimunes

As doenças autoimunes são aquelas que afetam o funcionamento do sistema imunológico, ou seja, que desregulam o sistema que protege o organismo humano contra agentes estranhos. 

Entre os exemplos mais comuns de doenças autoimunes, temos: lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla, doença de Crohn, entre outras condições que levam o sistema imunológico a atacar as células saudáveis do corpo. 

Em pacientes diagnosticados com doenças autoimunes, a realização de cirurgias torácicas exige alguns cuidados extras, principalmente no sentido de avaliar de forma criteriosa e preservar a função pulmonar destes indivíduos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Brasil vem registrando um aumento no número de atendimentos a pacientes com doenças autoimunes. Apenas em 2023, a busca por serviços ambulatoriais por pacientes com lúpus cresceu 28,58%. 

Já um estudo britânico, realizado com 22 milhões de pessoas, revelou que os distúrbios autoimunes afetam um a cada dez indivíduos. A pesquisa publicada no The Lancet mostrou que algumas doenças autoimunes podem ter fatores de risco comuns, como agentes ambientais e predisposição genética. 

Com o aumento dos diagnósticos de doenças autoimunes, os cirurgiões torácicos precisam entender as particularidades dessas condições, a fim de garantir aos pacientes procedimentos seguros e adequados. 

Quais são os desafios da cirurgia torácica em pacientes com doenças autoimunes? 

De forma geral, pacientes com doenças autoimunes representam um grupo desafiador para procedimentos cirúrgicos, especialmente para cirurgias torácicas. 

Por apresentar alterações imunológicas sistêmicas, uso crônico de imunossupressores e risco aumentado de complicações perioperatórias, este grupo exige uma atenção especial no processo pré-operatório e pós-operatório, além de uma conduta especializada e experiente do cirurgião. 

Ao falarmos sobre este público específico, é necessário reforçar algumas considerações pré-operatórias, intraoperatórias e pós-operatórias envolvidas na cirurgia torácica, especialmente no caso das condições mais prevalentes na população, como o lúpus eritematoso sistêmico, a artrite reumatoide e a esclerose sistêmica.

Como já mencionado, as doenças autoimunes sistêmicas são caracterizadas por uma resposta imunológica inadequada do organismo contra os próprios tecidos, resultando em inflamação crônica e danos multissistêmicos. 

Essas condições frequentemente afetam o sistema respiratório, tornando a cirurgia torácica uma intervenção potencialmente necessária, mas de risco elevado. As possíveis complicações incluem envolvimento pulmonar intersticial, hipertensão pulmonar, dificuldade de manejo anestésico e maior tendência a infecções.

Por estes motivos, qualquer procedimento torácico indicado para um paciente com doença autoimune precisa de uma avaliação detalhada, com informações sobre a história clínica do paciente, a realização de exames laboratoriais de função renal, hepática e hematológica e uma avaliação da função pulmonar com espirometria.

Além disso, o paciente deve realizar tomografia computadoriza da região torácica e uma avaliação cardiológica completa, sobretudo para pacientes com esclerose sistêmica e lúpus, que apresentam maior risco de hipertensão pulmonar e miocardite.

É preciso suspender as medicações imunossupressoras para realizar a cirurgia?

No caso de pacientes que utilizam corticoides e outros medicamentos imunossupressores, o cirurgião e a equipe médica multidisciplinar podem avaliar a necessidade de suspensão ou a continuidade da administração desses medicamentos antes da cirurgia.

Essa decisão deve ser sempre individualizada, considerando o risco de reativação da doença e o risco de infecção pós-operatória.

Quais são as principais indicações da cirurgia torácica?

A cirurgia torácica tem uma vasta aplicação no tratamento de diversas doenças e também em procedimentos diagnósticos. 

Ela pode ser indicada, por exemplo, para a realização de uma biópsia pulmonar cirúrgica, para a ressecção de nódulos pulmonares suspeitos, para tratar derrames pleurais e até pneumotórax espontâneo recorrente. 

Em todas essas condições, o cirurgião pode optar por utilizar técnicas minimamente invasivas, como o VATS, que é a cirurgia torácica videoassistida. Esses procedimentos preservam mais os tecidos, são mais precisos e têm uma recuperação mais rápida. 

Ainda assim, durante a realização da cirurgia, é fundamental que a equipe mantenha um monitoramento hemodinâmico intensivo do paciente com doença autoimune. Adicionalmente, é importante buscar estratégias para minimizar o tempo de ventilação mecânica. 

Os médicos devem ficar atentos a sinais de infecção e descompensação da doença autoimune durante todo o período de recuperação do paciente.

Outro ponto crucial é avaliar corretamente e executar a reintrodução gradual das medicações imunossupressoras. Para isso, o cirurgião torácico precisa discutir o caso com o reumatologista. 

Principais riscos da cirurgia torácica para pacientes com doenças autoimunes

Pacientes com doenças autoimunes têm mais riscos na cirurgia torácica do que a população geral. Isso acontece porque estes indivíduos apresentam uma inflamação sistêmica e imunossupressão. 

Entre os riscos mais frequentes, é possível citar infecções respiratórias, como pneumonia e bronquite, problemas na cicatriz cirúrgica, maior risco de uma resposta imunológica deficiente e complicações pulmonares, como o desconforto respiratório agudo. 

Há ainda o risco de complicações cardiovasculares, como hipertensão pulmonar e arritmias; e o risco de complicações imunológicas, como a reativação da doença autoimune.  

Para evitar ou minimizar estes riscos, é fundamental que a cirurgia torácica em pacientes com doenças autoimunes seja realizada com uma abordagem multidisciplinar e cuidadosa, além de uma avaliação criteriosa do risco-benefício do procedimento. 

Conheça a Cirurgia Torácica do Vale!

Pacientes que possuem doenças autoimunes e precisam de uma cirurgia torácica devem receber um atendimento personalizado, individualizado e especializado. 

Na Cirurgia Torácica do Vale, os cirurgiões são experientes e preparados para executar uma avaliação precisa de cada caso e um planejamento meticuloso de qualquer procedimento cirúrgico.

Com um atendimento humanizado e de alta qualidade, a Cirurgia Torácica do Vale oferece uma experiência satisfatória na especialidade de cirurgia torácica e broncoscopia. Entre em contato para saber mais!

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