Cirurgia Torácica do Vale

Como doenças torácicas afetam mulheres?

Ainda subdiagnosticadas, as doenças do tórax em mulheres têm particularidades anatômicas, hormonais e clínicas que exigem atenção.

Veja também: Outubro Rosa: quando a mama e o tórax se encontram

Como doenças torácicas afetam mulheres?
Como doenças torácicas afetam mulheres?

É comum que a pauta de discussão e engajamento público relacionado à saúde da mulher seja voltado ao câncer de mama no mês de outubro. Afinal, este é o período do ano marcado por uma das campanhas de conscientização mais bem-sucedidas do mundo: o Outubro Rosa. 

No entanto, vale a pena usar este momento de reflexão e interesse da população para falarmos sobre outros temas igualmente relevantes sob o aspecto da prevenção e manutenção da saúde feminina, como, por exemplo, as doenças torácicas, que ainda são subdiagnosticadas e muitas vezes desconhecidas.

Quando tratamos de saúde feminina e tórax, estamos falando sobre as condições de diversos órgãos vitais, como pulmões, pleura, coração e estruturas ósseas e musculares que sustentam a respiração e a circulação.

Entre as doenças que afetam essa região, estão: câncer de pulmão, embolia pulmonar, pneumotórax, doenças intersticiais e infecções respiratórias, que costumam acometer mulheres de todas as idades.

Compreender o impacto dessas doenças é fundamental para que o cuidado feminino vá além da prevenção do câncer de mama e contemple a saúde torácica como um todo. 

Para contribuir com essa discussão tão importante, preparamos este artigo explicando como as doenças do tórax afetam as mulheres. Confira!

Coração e pulmões: sintomas e condições frequentes em mulheres 

Historicamente, o modelo diagnóstico de doenças cardíacas e pulmonares foi baseado em estudos com homens. Isso contribuiu para que os sintomas femininos fossem, por muito tempo, subestimados ou interpretados de forma incorreta.

Por exemplo, o infarto em mulheres pode não causar dor torácica intensa, mas sim se manifestar com cansaço, falta de ar, náusea e desconforto no pescoço ou nas costas. 

Algo semelhante ocorre em doenças respiratórias. Normalmente, as mulheres apresentam tosse leve e fadiga crônica, em vez da falta da ar aguda que costuma chamar mais atenção em homens.

Essas nuances tornam o diagnóstico precoce mais difícil, especialmente quando o quadro é atribuído a estresse, ansiedade ou questões hormonais.

Por isso, há a necessidade de falarmos mais e com mais propriedade sobre as doenças torácicas que afetam as mulheres na atualidade. 

Câncer de pulmão: números crescentes entre mulheres

câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer com maior mortalidade em mulheres no mundo, atrás apenas do câncer de mama.

Embora, historicamente, a doença tenha sido mais comum e prevalente em homens do que em mulheres, as proporções dos diagnósticos entre os dois gêneros mudaram radicalmente nas últimas duas décadas.

Neste período, estudos indicaram a diminuição dos casos de câncer de pulmão em homens e o aumento em mulheres em diversas regiões do mundo. 

E há uma tendência preocupante nesta realidade: mesmo mulheres que nunca fumaram estão sendo diagnosticadas com a doença.

Pesquisas mostraram que fatores genéticos e hormonais influenciam o desenvolvimento do câncer de pulmão feminino. 

A presença de receptores de estrogênio em certos tipos de tumores pulmonares sugere que os hormônios sexuais podem estimular o crescimento das células cancerígenas. 

De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, o adenocarcinoma é responsável por cerca de 60% dos diagnósticos em mulheres. 

Diante disso, fica evidente a necessidade de um acompanhamento preventivo, especialmente porque o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e sobrevida.

Sintomas que merecem atenção 

Os sintomas que merecem atenção quando o assunto é saúde torácica são:

  • Tosse persistente;
  • Dor torácica;
  • Rouquidão;
  • Palpitações;
  • Falta de ar súbita.

Em alguns casos, quadros como estes citados acima podem indicar embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo (geralmente formado nas pernas) migra para o pulmão, bloqueando a circulação. Essa condição é grave e requer diagnóstico rápido.

Nas mulheres, o risco aumenta em fases específicas da vida, como durante o uso de anticoncepcionais hormonais, na gestação, puerpério e na terapia de reposição hormonal.

Para minimizar os riscos, é essencial que as mulheres conheçam os sinais de alerta e que os profissionais de saúde considerem o risco tromboembólico em consultas e emergências.

Doenças intersticiais e autoimunes: o pulmão como reflexo do corpo

Doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e esclerodermia, são mais comuns em mulheres e podem afetar diretamente o pulmão e a pleura.

Essas condições causam inflamações que dificultam a troca gasosa e levam à doença pulmonar intersticial, caracterizada por falta de ar progressiva e tosse seca.

A relação entre o sistema imunológico e os hormônios femininos explica parte dessa diferença. O diagnóstico precoce é desafiador, pois os sintomas são insidiosos e facilmente confundidos com sedentarismo ou ansiedade. 

Por isso, exames de imagem, testes de função pulmonar e acompanhamento com especialistas em pneumologia e reumatologia são fundamentais. 

Pneumotórax espontâneo

O pneumotórax (entrada de ar na cavidade pleural, que faz o pulmão colapsar) é menos comum em mulheres, mas quando ocorre, pode ter uma causa específica: o pneumotórax catamenial, relacionado ao ciclo menstrual.

Essa condição rara, muitas vezes subdiagnosticada, está associada à endometriose torácica, que é quando o tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero, se instala na pleura ou no diafragma.

Os sintomas surgem geralmente até 72 horas após o início da menstruação e incluem dor no peito e falta de ar. 

O tratamento combina cirurgia torácica com controle hormonal, e o reconhecimento precoce é essencial para evitar recidivas.

Barreiras no diagnóstico: um desafio ainda presente

Mesmo com o avanço da medicina, as mulheres ainda enfrentam barreiras no diagnóstico de doenças torácicas. Estudos mostram que elas recebem menos encaminhamentos para exames de imagem, como tomografia de tórax, e que demoram mais para obter diagnósticos precisos em emergências respiratórias.

A associação de sintomas respiratórios ou torácicos com ansiedade é um erro comum que atrasa o tratamento. Prevenir, investigar e tratar precocemente as doenças do tórax salva vidas e promove autonomia sobre o próprio corpo.

Agende uma consulta!

Mulheres de todas as idades devem estar atentas a mudanças respiratórias, dores ou desconfortos no peito e buscar uma avaliação médica especializada sempre que algo parecer fora do normal.

O olhar atento da pneumologia e da cirurgia torácica é fundamental no cuidado integral à saúde da mulher. 

Portanto, se você precisa se consultar com um especialista, conheça o trabalho da Cirurgia Torácica do Vale, grupo de médicos e cirurgiões que atua na região do Vale do Paraíba, em São Paulo. Entre em contato e agende uma consulta!

Veja também: Câncer de Pulmão

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