Biópsia Transtorácica
A biópsia transtorácica com agulha é um procedimento cirúrgico rápido e seguro, realizado para se obter uma amostra de uma possível anormalidade no tecido do pulmão, que precisa ser esclarecida quanto ao seu diagnóstico.
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Biópsia Transtorácica com Agulha: tudo o que você precisa saber sobre o procedimento
Trata-se de uma intervenção indicada para investigar a maioria das lesões torácicas localizadas na pleura (membrana que reveste pulmões e tórax), no parênquima pulmonar (os pulmões em si) e no mediastino (espaço entre os dois pulmões).
Durante a biópsia, uma agulha é inserida no peito, através da pele, até o local pretendido, onde uma pequena porção do tecido lesionado é aspirada e/ou biopsiada (retirada de um pequeno fragmento). Em seguida, a amostra é levada para análise histológica para se determinar a natureza da lesão.
Também conhecido como Biópsia Pulmonar Percutânea ou simplesmente biópsia de pulmão, o procedimento foi realizado e descrito pela primeira vez em 1882, pelo médico alemão Ernest Victor von Leyden, personalidade importante no estabelecimento das primeiras instalações hospitalares adequadas para pacientes com tuberculose no século XIX.
Nas primeiras décadas de sua realização, em razão da baixa precisão dos instrumentos e do uso de agulhas inapropriadas, a Biópsia Transtorácica com Agulha apresentava baixos índices de diagnósticos e altas taxas de complicações. Mas esse cenário começou a mudar com o advento da tecnologia médica que, por volta da década de 1970, lançou as atuais bases para a realização do procedimento.
Hoje em dia, a Biópsia Transtorácica com Agulha é extremamente precisa e recomendada para o diagnóstico de lesões nos pulmões e tórax. O procedimento é realizado de modo guiado por meio de tomografia computadorizada ou por ultrassonografia. A escolha dos tipos de agulhas a serem usadas depende das características e da localização da lesão a ser investigada.
O procedimento é extremamente preciso no diagnóstico de malignidade, principalmente quando os tecidos aspirados são analisados por meio de técnicas citopatológicas modernas. Com a orientação da tomografia computadorizada, a Biópsia Transtorácica com Agulha apresenta índice de 95% de exatidão na confirmação do diagnóstico de doença maligna. Já em processos benignos, o procedimento fornece um diagnóstico preciso entre 50% e 60% das vezes.
Quem deve fazer a Biópsia Transtorácica com Agulha?
A Biópsia Transtorácica com Agulha deve ser realizada por pacientes que realizaram exames de tomografia computadorizada ou ultrassom cujas imagens revelam “manchas” ou “sombras” no tórax, o que indica a presença de nódulos (veja: Nódulo Pulmonar) na região.
Esses nódulos podem ser causados por cicatriz, inflamação, infecção ou câncer. Quando a causa das “manchas” não é clara, a realização do procedimento ajuda na investigação do diagnóstico, dependendo do histórico médico do paciente.
Assim, a Biópsia Transtorácica com Agulha é indicada na avaliação de:
- Nódulos ou massas pulmonares periféricas;
- Anormalidades hilares, mediastinais e pleurais;
- Outros infiltrados não diagnosticados;
- Pneumonias (quando a broncoscopia não é indicada).
O procedimento é geralmente contraindicado para pacientes:
- Que fazem uso de ventilação mecânica;
- Com pneumectomia contralateral;
- Com suspeita de lesões vasculares;
- Com abscesso pulmonar;
- Com cisto hidático;
- Com quadro de hipertensão pulmonar;
- Com pneumopatia bolhosa;
- Que apresentam tosse intratável;
- Com quadro de anticoagulação ou com distúrbio hemorrágico que não pode ser corrigido;
- Com contagem de plaquetas inferior à 50.000/μL.
Como é feita a Biópsia Transtorácica com Agulha?
A Biópsia Transtorácica com Agulha, geralmente, é executada por um médico radiologista intervencionista.
Primeiro, ele limpa a região da pele onde ocorrerá a inserção da agulha e depois administra um medicamento anestésico para a área. Em seguida, o médico insere o instrumento no peito através da pele, entre as costelas, usando a tomografia computadorizada ou o ultrassom para guiar o instrumento até o nódulo que deve ser investigado.
Durante a biópsia, que envolve a aplicação de anestesia local, os pacientes devem ser capazes de seguir instruções de respiração. Por isso, normalmente é preciso permanecer acordado. No entanto, em alguns casos, um sedativo pode ser administrado para ajudar o paciente a passar pelo procedimento.
Uma vez que o médico encontra o lugar certo, uma amostra é sugada e a agulha é removida. Ele, então, analisa a ocorrência de alguma possível complicação. Se estiver tudo bem, a ferida do local de inserção é coberta com um curativo e fechada sem a necessidade de pontos.
O procedimento leva entre 30 minutos e duas horas para ser concluído, dependendo da complexidade de cada caso.
A Biópsia Transtorácica Com Agulha é realizada em regime ambulatorial. Após passar pelo procedimento, o paciente precisa ficar em observação clínica, em ambiente confortável e preparado, por aproximadamente 4 horas. É recomendada a permanência de um acompanhante durante esse período, até a alta para casa.
A amostra tecidual retirada é enviada a um laboratório para ser analisada por um patologista, que examina o tecido sob um microscópio para determinar a natureza da lesão. Essencial no diagnóstico de muitas doenças torácicas, a Biópsia Transtorácica com Agulha é uma alternativa a intervenções cirúrgicas mais invasivas.
Quais são os riscos?
A realização da Biópsia Transtorácica com Agulha apresenta alguns possíveis riscos, sendo eles:
- Pneumotórax (ver pneumatórax): para tirar a amostra desejada, a agulha tem que perfurar o pulmão. Isso faz um pequeno buraco no órgão e o ar pode vazar no espaço ao redor. O furo geralmente é selado naturalmente, mas, se o vazamento de ar for muito grande, pode ocasionar um pneumotórax. Um pneumotórax pequeno, em geral, desaparece por conta própria, mas será preciso que seu médico acompanhe a situação. No caso de um colapso grande, o médico precisará colocar um tubo através do tórax para remover o ar que está vazando.
- Sangramento: quando inserida no peito, a agulha pode ferir um vaso sanguíneo da pele, da parede torácica ou do pulmão, fazendo a área atingida sangrar. Um sangramento pequeno para por conta própria, raramente requer outro procedimento para sua interrupção, mas pode deixar um hematoma no peito.
- Tosse com sangue (ver hemoptise): o paciente também pode tossir uma pequena quantidade de sangue após a realização da biópsia. Normalmente, a tosse para por si e não é um problema sério.
A Biópsia Transtorácica com Agulha é dolorida?
A inserção da agulha pode causar dor, mas o uso de um medicamento para anestesiar a pele ajuda a reduzir essa sensação. A dor é geralmente leve e desaparece quando o procedimento é concluído.
Onde é feita a Biópsia Transtorácica com Agulha?
A Biópsia Transtorácica com Agulha é realizada de modo ambulatorial. Após o procedimento, é necessário que o paciente fique em observação por um período de aproximadamente 4 horas, em ambiente confortável. A presença de um acompanhante durante esse tempo é recomendada.
Informações adicionais sobre Biópsia Transtorácica com Agulha
Em alguns casos é preciso parar de tomar medicamentos antes e após a realização de uma Biópsia Transtorácica com Agulha. Por isso, o paciente deverá esclarecer com seu médico como se preparar corretamente para o procedimento.
Normalmente, os pacientes são liberados algumas horas após a biópsia. No entanto, caso ocorra alguma complicação como as citadas acima, será preciso ficar em ambiente hospitalar para observação.
Após receber alta, o paciente deve entrar em contato com seu médico se apresentar:
- Dificuldade nova e repentina em respirar;
- Dor no peito, especialmente com respiração profunda;
- Tosse com sangramento intenso;
- Tosse por mais de 24 horas;
- Sangramento ou inchaço na região onde a agulha foi inserida.
No Vale do Paraíba, o grupo Cirurgia Torácica do Vale é formado por especialistas na realização de biópsia transtorácica com agulha. Entre em contato para saber mais.
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